Clio é a musa da história, a guardiã da memória na mitologia grega. E é sob a inspiração dela que a nossa história começa. Nós somos a APPH-Clio – Associação de Professores-Pesquisadores de História, e nascemos de um desejo simples, mas poderoso: transformar o conhecimento histórico em uma ferramenta viva, crítica e acessível para a nossa comunidade.
Fundada em 1998 por professores e alunos do curso de História da FEUDUC, na Baixada Fluminense, percebemos desde o início que a história não estava apenas nos livros, mas nas ruas, nas vozes das pessoas e nas lutas cotidianas da nossa região. Desde então, nossa missão tem sido ser um elo entre o saber acadêmico e a realidade local, atuando para além dos muros da universidade.
Ao longo de mais de duas décadas, consolidamos nossa trajetória em diferentes frentes:
Formação e Capacitação: oferecemos um espaço contínuo para a educação e a pesquisa, incentivando e apoiando novos professores e pesquisadores a aprofundarem seus estudos.
Publicações de Referência: em 2003, lançamos Dos barões ao extermínio: uma história da violência na Baixada Fluminense, de José Cláudio Souza Alves, obra fundamental para compreender a região. Em 2012, foi a vez de A Cor da Baixada, de Nielson Rosa Bezerra, que denuncia a invisibilidade da população negra na história local. Também participamos do lançamento de Escavando o Passado da Cidade: História Política de Duque de Caxias, em parceria com o Instituto Histórico e a FEUDUC.
Ação Cultural e Social: promovemos projetos culturais, como cineclubes e rodas de debate, que estimulam o pensamento crítico e fortalecem o senso de identidade. Atuamos ainda em programas de letramento racial, oficinas educativas e iniciativas de apoio psicológico, porque acreditamos que o conhecimento caminha lado a lado com o bem-estar.
Participação em Eventos Chave: estivemos presentes em momentos decisivos para a região, como o 6º Fórum Rio, em 2015, em Queimados, levando contribuições sobre o futuro e a memória da Baixada Fluminense. Também nos engajamos em projetos de preservação cultural, como os que valorizam a história da capoeira na região.
Para nós, a história não é apenas sobre o passado, mas sobre a construção do futuro. Somos mais do que uma associação: somos um movimento. Somos professores, pesquisadores e, acima de tudo, guardiões da memória e da identidade da Baixada Fluminense, sempre sob a inspiração de Clio.
A nossa história, a história da APPH-Clio, está intrinsecamente ligada a um lugar especial: a Casa do Administrador do Núcleo Colonial do São Bento. Foi aqui, no final da década de 1990, que professores e alunos do curso de História da FEUDUC deram os primeiros passos para fundar a nossa associação.
Construída na década de 1950, esta casa testemunhou um importante projeto de reassentamento agrícola e, desde o nosso nascimento, tornou-se não apenas a nossa sede, mas também um "lugar de memória" que buscamos preservar e valorizar. Através de parcerias e do nosso trabalho contínuo, transformamos este espaço em um museu vivo, aberto à comunidade.
Para nós, a Casa do Administrador é mais do que um edifício histórico; é um símbolo da nossa identidade e do nosso compromisso com a defesa do patrimônio material e imaterial da Baixada Fluminense. É o nosso lar, o ponto de encontro onde a história pulsa e se renova a cada dia, sendo transmitida para as futuras gerações.
Em 2025, a APPH-Clio passou a integrar a Rede de Museologia Social do Estado do Rio de Janeiro (Remus-RJ). Esse reconhecimento reafirma nosso compromisso em preservar a memória coletiva da Baixada Fluminense, dialogando com iniciativas de museus comunitários e projetos de valorização cultural em todo o estado.
Recebemos, em 2024, a certificação oficial do Ministério da Cultura que reconhece a APPH-Clio como Ponto de Cultura. Esse título integra nossa associação à Política Nacional Cultura Viva, valorizando nossas ações educativas, de preservação da memória e de fortalecimento da identidade local. É um marco que legitima nossa atuação como referência cultural na Baixada Fluminense.
Em 2025, fomos contemplados no edital Nossos Museus RJ, um programa que fortalece iniciativas culturais ligadas à memória e à identidade do povo fluminense. Esse reconhecimento amplia nosso alcance, permitindo que a APPH-Clio contribua ainda mais para a valorização do patrimônio cultural da região e para a democratização do acesso à cultura.