
O bairro São Bento, em Duque de Caxias, guarda um dos patrimônios culturais mais importantes da Baixada Fluminense: o Museu Vivo do São Bento. Trata-se de um percurso a céu aberto que transforma ruas, praças e construções em acervo vivo, preservando a memória coletiva da cidade. A iniciativa valoriza desde a arquitetura barroca da capela até o sítio arqueológico do Sambaqui, com registros de mais de cinco mil anos, reconhecido pelo IPHAN como patrimônio histórico. Nesse espaço, cada detalhe se torna história, e a população local não apenas visita o museu — ela se vê como parte dele.
Uma reportagem exibida recentemente destacou essa riqueza, conduzida por jovens guias do projeto que mostraram como o bairro, além de ter sido fundamental para a colonização da região, continua sendo palco de memórias, identidades e resistência cultural. A professora Marluce, integrante da APPHCLIO (Associação de Professores Pesquisadores de História), também participou da entrevista, reforçando a importância de registrar e difundir a memória social da Baixada Fluminense. Embora a reportagem tenha dado maior foco ao percurso do museu e não tenha se aprofundado na Casa do Administrador, é impossível dissociar os dois espaços: a antiga Casa do Administrador do Núcleo Colonial de São Bento representa um ponto fundamental desse território histórico, e hoje abriga tanto a APPHCLIO quanto o MUCASB – Museu Casa do Administrador.
Essa conexão mostra que o Museu Vivo do São Bento é mais do que um simples trajeto turístico: ele é uma rede de memórias que une moradores, pesquisadores e educadores em torno da valorização da história local. Como foi dito na reportagem, “se vai pros museus, nunca se vê. Aqui você se vê”. Uma frase que sintetiza a essência dessa experiência, onde a identidade da comunidade é reconhecida e celebrada como parte indispensável da história do Rio de Janeiro.